quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Baby

Cadê o elo de prata que nos conecta?

Rechaço a discórdia que nos estigmatiza

São 365 apartamentos, mas não fiz reserva

O ano novo tem cheiro de carro novo

Uma toalha engomada que não enxuga

Não quero apenas meu nome na filiação desta criança

Não quero nosso amor, baby, morando em baixo da ponte,

Sobrevivendo da sopa-caridade nas noites de quinta.

Fecho os olhos, tapo os ouvidos, calo-me:

Agora sou toda micos a buscar-te no etéreo.

01/01/2005

Anete Antunes

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