Olho para o teto
E penso comigo:
Nem mais um amigo
Estou incompleto
Esta pate que falta
Em minh'alma delata
Um não querer-me só
À verdade sou um pó
Que se sacode qual poeira
Do móvel mais velho
E ao qual pousa no espelho
Tira dele o reflexo
Pois é viver sem nexo
Pensando em besteira
Minha atual profissão
Eu preso em casa
Sou furacão qu'arrasa
E peste da nação
Incomodo tamanhamente
Ao ser eloquente
Quanto me valha a arrogância
Qu'em meu peito descansa
Quando me sacodem
Eu vôo pelos ares
Então me encontrares
Só se espalhado em um canto
Pois minhas partes
Subirem em dar-tes
Todo milagre santo
Assim eu sou que causo
Essa alergia, tão funda
Talvez oriunda
Do tempo ido pauso
Só então me ergo:
Altivo, eu enxergo
Não mais a solidão
Mas triste poesia
Na noite que tardia
No vale de Sião
Onde as outras cousas
Também vão sagradas
Das minhas amadas
Sobrou-me só rosas
Triunfo sobre mim
Subindo às paredes
E dão-me umas sedes
Fissura sem fim
Quando tudo se afasta
Por fim tu, nefasta
Aurora teu brim
E todas as novas
Passando por trovas
Atestam um fim
O de ser da prosa
A própria rosa
A cor tenebrosa
Que dorme em mim.
Petro.
domingo, 27 de novembro de 2011
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