quarta-feira, 28 de maio de 2008

Mar de Sensações


Foto: Nikola Borissov

Mar de Sensações

Posso sentir quando te imagino
Os teus lábios roçando os meus,

Posso sentir quando te imagino
A tua língua brincando com a minha,

Posso sentir quando te imagino
Os teus braços me enlaçando,

Posso sentir quando te imagino
A tua pele quente colada à minha,

Posso sentir quando te imagino
Os teus lábios percorrendo meu corpo,

Posso sentir quando te imagino
O doce arrepiar que me enfeitiça,

Posso sentir quando te imagino
O prazer em mar de sensações…

18 de Agosto de 2007

Anabela Braga

Suave Carícia…


Foto: Weng Ziyang

Suave Carícia…

Adoro sentir o vento, que docemente….
acaricia meus cabelos e, … com seus dedos suaves,
… os beija… e neles larga… um doce aroma inebriante
… do mar lá longe… aqui tão perto…

13 de Agosto de 2007

Anabela Braga

Porque Pensar? Saramago

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O mar já era meu, antes que o mar morto.

A morte é a certeza máxima e irrefutável, qualquer um sabe disso. Por isso lamento pouco as catástrofes naturais. De um certo ângulo, até admiro algumas. Imagine, ondas gigantes se vingando do mundo? Tenho pena de quem sofre a perda de alguém e, para eles, toda a minha compaixão e dor, mas não sinto por quem morre.


Já o meu mar, todos os dias tentam-lhe à morte e ninguém nada fala ou faz. Não me refiro apenas aos vazamentos de óleos em milhares de litros, nem aos dejetos de fábricas e esgotos. Para isso a lei até que tem se empenhado. O que me revolta é agressividade paulatina, quase muda. De grão em grão, vão agredindo o meu mar. Madames e gatinhas plásticas cobertas de óleos insistem em manchá-lo. Tudo para exibirem suas bundas modeladas, quando entram e seus peitos insuflados, quando saem. Seus filhinhos, quando tais os têm, mijam despudoradamente no meu mar. Vão-te pentelhos! Sumam daqui. As putas, digo, as disfarçadas de boa coisa - quanto as assumidas, admiro-as muito - acompanhadas de bêbados disformes, levam suas farofas com blondor e lavam-se lá. Fazem do mar o seu motelzinho. E o que é pior: vão se multiplicando a cada nove meses. Então, mais pentelhos, madames e plásticos em formas de bundas, peitos, garrafas, copos... Então, poluirão em medida igual a qualquer despejo ou acidente capital.

Ainda há os pálidos turistas carregados de pragas a caça de meninas “pobres e fáceis”, como dia desses ouvi um holandês a comentar com o outro numa fila de banco. Esses são os piores. Sujam o mundo. Trata-se de uma epidemia. Culpa de quem? Quem vendeu a imagem dessa terra para o mundo “civilizado” com propagandas cheias de meninas estampadas e seminuas? Pensem nisso e me respondam depois. (aluisiomartins)

Fatia de Descanso

Têr o dia um sentido,
uma fatia de descanso,
um célebre sorrir,
batalhas ainda por vir..

Bonita essa torrente
que possui como aguardente
passando pela garganta
Sortilégio!

Tanta
Tanta

Europeus arraigam
Seus grandes barcos
Na escada da existência
Advinda, minha paciência.

Petro.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

que fome!!!!!

22/5/8






Bife




Mete a faca

Deixa o sangue babar

Mete a faca e ouve

O barulho da lâmina singrando o mar vermelho

Faca

Ouve o samba do fim

Lâmina espelhando a dor

Vermelha de amor.




MASA

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Tarde "tombada" no centro velho de Sampa
foto de W. Raeder
#
Como não fazer da palavra - grito?
Justeza - sem folga nem aperto
suavidade conforto acerto?
#
Net

inadmirável mundo



José Leite Netto





um sol no horizonte’xplode. um pássaro

negro de sangue e dor nos envolve.

e se apagará este verso

e as lágrimas

e os lírios deste papel.

para que façamos versos de sangue

para que possamos fazer de dor

para que jamais nasçam lírios

nem versos nem amor.

porque chegou o tempo do não amor

porque amar resultou ridículo,

amar em toda conjugação infinita

do verbo amar.

e explodiu a bomba:

matar, desejamos matar.

matar, somente matar.

porque chegou o tempo do não amor

porque chegou o tempo-bomba.

e nascerão crianças bombas.

e morrerão crianças-bombas.

e surgirão homens-bombas.

e explodirão os seus cem mil corpos-bombas

com seus cem mil carros-bombas

com seus cem mil edifícios-bombas.

mas Cristo voltará à terra para nos fazer

versos de amor e paz

para que façamos versos de sangue e dor

porque chegou o tempo de não amar

e ridículo é este poema que se escreve ridículo

para não ser amado

porque chegou o tempo,

o tempo do não amor

terça-feira, 20 de maio de 2008

CITAÇÃO

Vou começar com uma pérola achada naqueles libretos de aeroporto, que vc começa a ler após o embarque e sempre acaba meia hora antes de chegar no destino...hehehe. Não sei porquê, mas as imagens dos últimos presidentes do Brasil não me saíram da cabeça durante toda a leitura...

Harry G. FrankfurtSobre Falar Merda:
pg 64 a 68:
“Por que se fala tanta merda? É claro que é impossível saber se hoje se fala relativamente mais merda que no passado. Há mais comunicação de todo tipo em nossa época do que já houve antes, mas a parte que equivale a falar merda pode não ter aumentado. Sem pressupor que sua incidência seja maior agora, vou mencionar algumas considerações que ajudam a justificar o fato de que isso seja algo tão notável nos dias de hoje.
É inevitável falar merda todas vez que as circunstâncias exijam de alguém falar sem saber o que está dizendo. Assim, a produção de merda é estimulada sempre que as obrigações ou oportunidades que uma pessoa tem de se manifestar sobre algum tópico excederem seu conhecimento dos fatos pertinentes. Essa discrepância é comum na vida pública, em que os indivíduos são com freqüência impelidos – seja pelas prórpias inclinações ou por exigências de outrem – a falar sobre questões em que são até certo ponto ignorantes. Exemplos intimamente relacionados se originam de uma convicção generalizada de que é dever do cidadão, numa democracia, ter opiniões sobre tudo ou. pelo menos, tudo àquilo que diga respeito à condução das questões de seu país. A falta de um nexo significativo entre as opiniões de uma pessoa e sua apreensão da realidade vai tornar-se ainda mais grave ... para alguém que acredite ser seu dever, como agente moral consciencioso, avaliar acontecimento e condições de todas as partes do mundo.
A atual proliferação do ato de falar merda tem também raízes muito profundas em várias formas de ceticismo, que negam o fato de que possamos ter acesso confiável a uma realidade objetiva e rejeitam, portanto, a possibilidade de sabermos como as coisas na verdade são. Essas doutrinas “ante-realistas” minam a validade de todo esforço desinteressado para se determinar o que é verdadeiro e o que é falso, e até a falta de inteligibilidade da noção de investigação objetiva. Uma das reações a essa perda de confiança tem sido o afastamento da disciplina requerida pelo ideal da correção em direção a um tipo de disciplina completamente diferente, que é imposto pela perseguição a um ideal alternativo de sinceridade. Em vês de buscar chegar primeiramente a representações precisas do mundo comum, o indivíduo se volta para a tentativa de oferecer representações honestas de si. Convencida de que a realidade não tem nenhuma natureza inerente, que ela pudesse ter esperanças de identificar com a verdade sobre as coisas, a pessoa dedica-se a ser fiel à sua natureza. É como se percebesse que, uma vez que não faz sentido tentar ser fiel aos fatos, deve, em vez disso, esforçar-se para ser fiel a si mesma.Porém é absurdo imaginar que somos determinados e aí suscetíveis a descrições correta se incorretas. embora supondo que a atribuição de determinação a tudo o mais tenhas sido exposta como um erro. Como seres conscientes. Existimos apenas em resposta a outras coisas e não podemos conhecer a nós mesmos, de modo algum, sem conhecê-las. Al´me disso, não existe nada na teoria, e certamente nada na prática, que sustente a opinião singular de que a verdade sobre si é mais fácil de saber. Os fatos a nosso respeito não são particularmente sólidos e resistentes contra uma dissolução cética. Nossa natureza é, na verdade, enganosamente sem substância – muito menos estável inerente que a natureza das outras coisas. E, já que o caso é esse, sinceridade nada mais é do que falar merda.”“.

trágico diálogo de uma criança



josé leite netto


ouço Vila-lobos
lá fora a calma chuva
aflora e cai como punhais
em lágrimas de sangue
a música é triste
feito a chuva
manchada no asfalto
onde duas crianças brincavam
um menino, em desespero, corre
a chuva cessa
o som triste da música embala
o pai morto do menino

"meu pai morreu de um tiro"!

disse uma criança
(agora)

a um pardalzinho
pousado no meio-fio.


segunda-feira, 19 de maio de 2008

Côrte que judia

ceará
um porto-gau-lês
que judia a não fortaleza de menina
com pose de nobre de altivez
e lhe faz devida côrte
somente de quando em vez.
(aluisiomartins)

sábado, 17 de maio de 2008

Tenebroso Luar

Há quem espere o pior
Há dos males o menor
Com tantos indizíveis rótulos
fazem-se as deferências
as pessoas, as incubências
os deveres, a paciência

Têr-se continuidade
Temer a novidade
Tantos os já ouvidos
Passados incólume e
[abatidos.

São um mesmo, um só
como abismo bem fundo
pelo qual passou Jó.

É desse, o sofrido, a dó
Solapada n'alma do mundo

Em sob um luar taciturno
A tenebrosidadfe dentro de nós
É a mesma que espalha-se
Essência de toda rarefeidade.

Petro.

O Anjo Exterminador

Hoje eu não buscarei um sentido oculto (ou mesmo explícito) nas letras das músicas amadas, nem nos trechos dos livros recém-descobertos,
nem nas poesias metafóricas,
nem nos subsídios do passado,
nem nas esperanças do futuro ou na salvação implícita em todo e cada apocalipse,
ou na redenção do ser confesso,
ou na punição do ser culpado,
ou na abstração do ser omisso,
nem na perversão do ser bondoso,
nem na inocência do ser perverso,
na suposta normalidade do senso comum,
a verdade depositada (à prazo) nas entrelinhas
- como becos sujos -
nos detalhes metálicos das calçadas de concreto,
nas pizzas de atum deliciosamente requentadas,
nos cometários sórdidos mesclados com risadas libertas,
nos toques superficiais cheios de desejo,
nos retoques da maquiagem borrada ...
hoje, não vou buscar-te além destas palavras.
#
Anete Antunes

terça-feira, 13 de maio de 2008

Sobre Izabelas e Tibetes

Nada, aconteceu nadinha, não. Ninguém vai deixar de comprar produtos made in china. Assim como ninguém deixa de comprar no Iguatemi pela torre a cinco metros do rio Cocó. O Lulinha? Agora, é paz e amor. Afirmou que quer regulamentar greve. Mas tem que se descontar os dias parados dos salários. Quem te viu, que te vê.... O que eu faço? Também nada. Já fiquei um tempo fazendo ohmmmmmmm e outros mantras de toda espécie. Isso! Reagee não reage. Uma cachacinha, um chazinho, uma yoga, um baseadinho e tudo passa. Tudo passa. Lembram da piada? Não tô tintindo nada.... (aluisiomartins)

quinta-feira, 8 de maio de 2008

PEDIDO DE AJUDA PARA A PROTETORA ROSANE

REPASSANDO PEDIDO DE AJUDA PARA A PROTETORA ROSANE:AJUDEM A DIVULGAR. FOTOS DISPONIVEL NO ANEXO."Olá pessoal! Mas uma vez estou aqui para pedir ajuda. Minha amiga Rosanedo abrigo lá do Barroso resgatou uma gata que a dona havia abandonado,alegando problemas alérgicos do filho, mentira na verdade era porque agata estava doente. Bem a Rosane resgatou-a e levou para casatemporariamente até que eu encontre um lar para ela o que já é quasecerto. Sim a ajuda é o seguinte a gata estava muito mal sem comer, sembeber, sangrando,triste e com os olhinhos apertados parecia que a qualquermomento iria morrer; no momento de desespero ela pegou a gata colocoudentro de uma mochila e levou-a para uma clínica sem nem pensar só queriasalvar a gata. Lá na clínica, a qual não posso dizer o nome por ordem dadona, segundo a Dra. Liduína Castro a gata estava com hemorragia pós-partointensa. Foi feito curetagem, transfusão de sangue ,antibióticos e diáriasde 15 dias; com os maiores descontos possíveis que a dra. deu o totalficou em R$ 310,00. A Rosane deu um cheque pré-datado para 30 dias, umavizinha lhe arranjou. Então ela tem que arranjar este dinheiro até dia24/05. Por favor ajudem eu estou desempregada há mais de ano não tenhocomo lhe arranjar. Antes, quando eu estava trabalhando eu sempre conseguiaajudá-la nesses casos. Porfavor se alguém quiser e puder depositarqualquer quantia é muuuuito bem vinda. A conta é da mãe dela mais não nadaentão tudo que cair é para esse fim:BB C/C 25554-8 ag. 1295-Fátima MariaViana Dantas.A gata é linda e é persa ( não é grandona mas fofa ). Lembrando: a Rosanerecolhe animais de rua, a sua casa é pequenina e feia ela não tem empregofixo, ganha alguma coisa cuidando de animais da vizinhança e também comoajudante do vocalista de uma banda de forró ganha uma merreca mal dá paraalimentar os animais, principalmente agora que tem alguns doentes semfalar nos gatos que estão comendo ração dos cachorros também, coitada elapassa a noite fora para ganhar algo para os animais, chega quase de manhãe é para cuidar dos animais.Um beijo para todo mundo."MAIORES INFORMAÇÕES COM ANA CLEA ATRAVES DO PERFIL DO ORKUT:http://www.orkut.com.br/Profile.aspx?uid=6113915056678594755 OU EMAIL: email:a_clea@hotmail.com

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Viva a ilusão - sem ela não estaríamos aqui

Sem a criação não pode haver qualquer manifestação de vida. Não existe o verbo... De onde tudo começou. Pouco importa se o que foi criado é bom, é bonito, é agradável, ou mesmo é útil. O que importa é a relação estabelecida com tudo e para tudo. A manutenção de todas as existências. O despertar do sentimento que nos une ao todo. A expressão em estado de plenitude. Tudo se expressa por si. Existem surdos ou cegos. Mas não existem mudos. É possível, inclusive, que tudo não passe de um sonho, uma projeção, uma ilusão. Contudo, para que haja um sonho, uma projeção, uma ilusão, antes é necessário que exista o sonhador, o espectador ou o “iludido” – o poeta. De tal modo, existimos de todo modo. De tal forma, somos de toda forma. Fazemos parte do todo, mas não somos o todo. Somos criaturas em criação almejando chegar à perfeição que foi desenhada e encontra-se sob a proteção do Uni-verso. (aluisiomartins)

terça-feira, 6 de maio de 2008

O primeiro grito

É bacana o bacanal das palavras execradas pela mesura. Dar bananas ao câncer do acerto fácil. Difícil e mais útil é o risco do êxtase. Se o risco é torto, tanto melhor. O pecado da poesia é inevitável. Se estreitos são os caminhos, largos devem ser os poetas e os amantes. A ponto de desistirem de si mesmos por uma aparente inutilidade. Somente os covardes vivem sorrindo. E isso é triste porque é desviar o olhar para as vitrines, evitando abismos, noites e descaminhos. Não há muito que se esconder para quem muito busca se encontrar. (aluisiomartins)

* Este espaço é dedicado a toda forma de protesto. Não tem que ter utilidade, mas pode até ser de utilidade pública. Pois há quem se sinta enjaulado.

"(...) Pois paz sem voz, não é paz. É medo."