domingo, 28 de setembro de 2008

NOITE LONGA


A SOLIDÃO É COMPANHEIRA

BATE NO OMBRO

AFAGA A BARBA

ENCHE O COPO

(COM O MESMO ARDOR QUE O ESVAZIA)


A SOLIDÃO É COMPANHIA

DORME AO LADO

VIVE DENTRO

MORRE LONGE


MASA - 24/9/8

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

O que eu seria se não eu não fosse eu mesmo?

Eu provavelmente quase nada faria. Não doeria em ninguém, de preferência. Mas também não me candidataria a ser mártir de causas alheias. Teria mais defeitos, com certeza. Porque ousaria mais e mais e mais. Outra coisa que faria, seria destruir todos os relógios do mundo e todos os calendários também. Compromissos só agendaria para a próxima vida (se houvesse). Caso não fosse possível a extinção de tais contagens, faria, por decreto, todos os dias terem autonomia de se instaurarem de acordo com suas vontades. Por exemplo, a segunda-feira só despertaria num outro dia, provavelmente com duas ou mais horas de preguiça - palavra que alguns insistem em chamar de atraso. Mandaria de volta para o reino maldito da coca-cola, o seu mascote, o Papai Noel. Se fosse mamãe, ainda vá lá... E que mesmo assim fosse, que não se fizesse das renas trabalhadoras braçais. Isso não. Até porque, as mulheres bem sabem voar - com vassouras e outros instrumentos mágicos. O cumprimento oficial e solene seria beijinho de esquimó e de borboleta. Que coisa linda, presidentes de nações esfregando seus narizinhos e se fazendo cosquinha com seus olhinhos. Seria uma boa medida para medir as suas mentiras (narizes), não? Então, estou vendo mesmo é que eu seria, acho, que um ditador. Mas um ditador que iria obrigar todo mundo a ser anarquista. Só se podia ser fiel a si mesmo. Ou seja, todos teriam, sob pena de vida, que ser muito felizes. E você? O que você seria? (Aluísio Martins)

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

A CONDIÇÃO HUMANA - André Malraux

Pag. 280:
“Sou atirado para fora do tempo”; o filho era a submissão ao tempo, ao fluir das coisas; com certeza, no fundo, ...era esperança como era angústia, esperança de nada, espera, e fora preciso que o seu amor tivesse sido esmagado para que tal descobrisse. E, no entanto! Tudo quanto o destruía encontrava nele um acolhimento ávido. “há algo de belo em estar morto”, pensou. Sentia tremer nele o sofrimento que vem dos seres ou das coisas, mas o que vem do próprio homem e a que a vida se esforça por no arrancar; podia escapar-lhe, mas só deixando de pensar nele; e nele mergulhava cada vez mais, como se essa contemplação aterrada fosse a única voz que a morte pudesse ouvir, como se o sofrimento de ser homem, de que se impregnava até o fundo do coração, fosse a única oração que o corpo do filho morto pudesse ouvir.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

OLHA A ELEIÇÃO AÍ, MINHA GENTE!!!!!!

Pai, tenho um trabalho para a escola! Posso te fazer uma pergunta?
- Claro, meu filho, qual é a pergunta?
- O que é política, pai?
- Bem, política envolve: Povo; Governo; Poder econômico; Classe trabalhadora; Futuro do país.
- Não entendi. Dá para explicar?
- Bem, vou usar a nossa casa como exemplo: Sou eu quem traz dinheiro para casa, então eu sou o poder econômico. Sua mãe administra, gasta o dinheiro, então ela é o governo. Como nós cuidamos das suas necessidades, você é o povo. Seu irmãozinho é o futuro do país e a Zefinha, babá dele, é a classe trabalhadora. Entendeu, filho?
- Mais ou menos, pai. Vou pensar.
Naquela noite, acordado pelo choro do irmãozinho, o menino, foi ver o que havia de errado. Descobriu que o irmãozinho tinha sujado a fralda e estava todo emporcalhado. Foi ao quarto dos pais e viu que sua mãe estava num sono muito profundo. Foi ao quarto da babá e viu, através da fechadura, o pai na cama com ela. Como os dois nem perceberam o menino na porta, ele voltou para o quarto e dormiu. Na manhã seguinte, na hora do café, ele falou para o pai:
- Pai, agora acho que entendi o que é política.
- Ótimo filho! Então me explica com suas palavras.
- Bom, pai, acho que é assim: Enquanto o poder econômico fode a classe trabalhadora, o governo dorme profundamente. o povo é totalmente ignorado e o futuro do país fica na merda!!!

terça-feira, 2 de setembro de 2008

KOURNIKOVA


LI ANNA

E que letras

contornos incríveis,

com seu estilo clássico

LI ANNA

que conjunto de palavras

que sonetos

que sonorização na minha cabeça insana

LI ANNA

que fim!


MASA