segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Eterno Retorno

Para além de Bem e Mal
Vivi toda circunstância
Tomada pena à recital
Recobra-me a ânsia

Do que vá a repetir-se
Enquanto houver distância
Neste vale onde servisse
Amor em redundância

Pois que da minha sina
Mais que ninguém o sei
Sou dom a quem ensina
Sou vate, valete e Rei

Duma estrada a qual ando
Num passo moroso, só
Entanto ao que só vendo
O traço traça-se nó

Do montante, eras mil
Tempo demais lento
Corrompe-me e vou-me vil
Sempre de bom contento

À cada légua seguida
Um breve olhar àtras
Na minha lida escondida
Sou luto, sou guerra e paz

Aprendo com meu caminho
Qu'aquilo que satisfaz
É estorvo, decerto um vinho
Que não embriaga jamais

***

Por tanto vago triste
Empilho os meus pensares
Servem-me da alpiste
Que vou bicando aos ares

Se brinco me pego Louco
Mas louco quem já não é
Para olhar o Universo
Basta-se ter-se fé

E a linha segue medida
Sobrepõe uma pequena dor
Acontece à cada vida
Vivida só em valor

***

Tão bem sem seguidores
Confesso que muito aprendi
Com tamanhas, seguidas dores
E nunca me arrependi

Colcheteio meu animal
Parte de um ser sem nome
Espeto-lhe o meu tribal
Grito de [Super Homem]

Para cavalgar tomo banhos
Frios para enregelar
E sofro demais com sonhos
Que nunca soube buscar

Para tudo certo que há
Na ímpia carne sofrida
Um remédio de dor sarar
Uma qualquer ferida

Que comece todas as tardes
O reviver comum a todos
- semente plantada em Hades -
Vontade dos mais Rapsodos

Na Grécia Antiga busquei
Um bálsamo para ser eu
Um peixe que pesquei
De nada prático valeu

Então resolvi mudar
Buscar em mim mesmo
Toda a prata lunar
Descoberta dum erro esmo

Pois que nunca estive lá
Mas até que deveras me lembro
No que fui acreditar
Na lua e seus hóspedes membros

Voltei para onde vim
Decerto que voltaria
Esqueço do meio enfim
Instante: portal que veria

Todo o neste tempo ido
E tudo a acontecer
Soando feito estampido
A todo momento nascer.

Petrecostal