terça-feira, 27 de janeiro de 2009


Favela, espaço indefinido? A princípio o próprio princípio do caos. Um sítio de sitiados num quase um mundo fantástico. Para tantos é um mundo inexistente. Algo como uma gravura de um artista que sonhou ter sonhado com o avesso da paisagem - a favela. Uma paisagem estática, nada estética? Seus habitantes são filhos concebidos pela cruel estatística do "inevitável" desenvolvimento. Na raiz mesmo da palavra que pauta e norteia do norte ao sul do mundo, sem envolvimento parece mais adequado.

Entretanto, as favelas têm histórias e estórias, identidades e poesias próprias, imagens em cores e tonalidades únicas, sons e movimentos que atravessam a grande cidade e recolhem-se pelos becos e barracos. Um estômago sempre faminto do organismo social. Porém, muito vivo. Às vezes, sabe-se de vida e alegria bem mais que nos suntuosos palácios.

A favela sempre foi, é e espera-se que não seja, motivo de interesse de muitos - de poetas e boêmios a igrejas e cientistas e, agora, mais recentemente, também podem ser encontradas em boa quantidade as famosas Organizações Não Governamentais (ONGs) que parecem produzir algum barulho, a começar pela onomatopéia implícita na sigla. Um barulho que soa a queda de algum objeto denso ou mesmo o som da traquéia quando empurra o bolo de alimento pela goela abaixo.
aluisio martins

Um comentário:

Chinezzinha disse...

Maninho meu querido amigo,
Eu não ligo ao Carnaval mas espero que te estejas a divertir muito.
Tem uma homenagem a ti, lá no Toque d'Alma.
http://toque-de-alma.blogspot.com/2009/02/testamento.html
Com muito carinho e amizade,
Um beijo
Ana