Evair costumava sempre após a caminhada vespertina esticar até um supermercado para comprar algumas especiarias e cozinhar quando em casa chegava. Isso era um rito diário: caminhava cinco ou seis quilômetros em volta de uma praça e, encontro marcado tinha com, quando não o mercado, a vendinha de Seu Ortega e lá fazia as comprinhas para quando, no início da noite, chegasse em seu modesto apartamento de solteiro, preparasse uma comidinha, da qual desfrutava com deleite e tinha por única reclamação as louças para lavar.
Vida mesquinha! Pensavam os que acompanhavam com o olhar o dia à dia do Evair. E o olhavam cheios de miseicórdia n'alma, não desejando nunca aquilo para si ou para ninguém. O Evair era tão apagado que muitos desejavam à si a morte ante levar vida daquela. Solteiro, sozinho e sem amigos, amante da culinária e só.
O Evair, como sofre, hem? Se perguntavam quando era alvo de conversas alheias. Nenhum: - Mas que exemplo! de homens ou: - Mas que homem! de mulheres. Assim era o Evair.
Pedro.
2009
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4 comentários:
Tutti ladre!!!
Welcome to my world!
Thanks,
Petro!
Mas que exemplo de escritor! Assim é Pedro Costa. Só quero o meu exemplar dos muitos livros que vc vai publicar, meu amigo. Autografado, que se diga.
Abs
E o Evair nem aí para o que se pensava dele...rs
Adorei.
Um abraço
Textos maravilhosos! Sucesso!
Paz
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