sábado, 28 de fevereiro de 2009

Por que nascer?

Você pediu pra nascer?
Há nesse mundo pedido mais pedante?
Exigir separar-se daquele umbilical barbante,
o qual estigmatiza dela o poder?
Sim, e toma por satisfeita, que de mim
és tu a parte que menos falta a mim conhecer!
Nascer? Não, eu não pedi para nascer.
Nem muito menos sei de onde vim! Quem dirá?
Você!? Ele?! Os outros!!
É de flagelo que gente mo tornei!
Tocada foste por uma semente minha, tu não
te de mim se esconde, nunca! Nem agora, nem
Nunca!
Ovni do céu de seu espaço que faz-se somar
a todos os demais espaços entre nós dois:
Sim! Somos só nós dois.
E mo dói o que tiras e roubas de mim todos
os dias:
- Vai! No momento estou bem só.
- Vái! Não sou eu quem vai te mostrar o caminho da vida.
Vai só, vai, mãe...
Esse brado já foi gralha de graúna
negra e essa luta é a de todos os homens.
Por que nascer!?
Para conhecer-se a si mesmo ou aos
outros e após todo esse esforço, por fim descansar
e morrer em paz?
É o suficiente para você, mãe?
É!?
É!?
Para que muito ainda tenha a dizer, e
acusar-vos de malcriação minha.
Isso! Fui mal-criado.
Maleducado, como diria meu avô.
Mas não estou só: tenho vocês e só peço
que me ouçam e nada mais.

Fortaleza

Pedro.

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