terça-feira, 8 de julho de 2008

Ingmar Bergman

Estou re-lendo Vida de Marionetes de Ingmar Bergman. Livro-roteiro dando continuidade de vida ao casal de Cenas de um Casamento. A dor de se viver a dois. Um pacto de solidão e ódio disfarçado em silencio.

Entenda-se por esse ódio algo mais além e profundo que raiva ou qualquer emoção rompante. Nada disso. Quase tão forte quanto o desprezo. Daí um amor profano. Quem não sentiu ódio de Deus por tanta indiferença, por vezes? Todos podemos matar? Inclusive e principalmente a quem mais amamos. Basta plantar a semente da imagem crime-castigo e, brevemente, nasce um plano incoercível, portanto, vital. À somente um, que se diga. Dado que é plano de morte do outro. É como queima de arquivo que tanto acontece por aí. Conhece meus segredos e corro mui provável risco de infâmia.

Antes escolher a viuvez que soa tão digna e inerte de máculas que o eterno retorno do não. Desde criança implantado na ex-futura coragem de ser.

Bergman não se conformou em deixar a velhice se empanturrar de dias inóspitos. Foi providencial. Bergman foi Deus. Como somos todos. Genitores de inúmeros destinos. (aluisiomartins)

2 comentários:

Anônimo disse...

Aluisio para tudo, quero ler este livro! Sabe, adorei a colocação "crime-castigo", realmente basta plantar essa sementinha... Adorei! Beijos, beijos

Anônimo disse...

Grato, ângela. Em vardade, não é bem um livro. É o roteiro escrito do filme de Ingmar, Cenas de um Casamento. O livro-roteiro, com os diálogos fortes e descrição dos cenários minimalistas, chama-se Vida de Marionetes. É sensacional mesmo. Vê se consegues alugar o filme. Nele vai tudo completo. Abs