domingo, 27 de julho de 2008




Gente cara,

Sou mestre na arte de encompridar pavios. Decerto que guardo no sótão meus artifícios. Fogos? Preciso do que me arde.

Meu alimento é combustão. Meu querer é combustível. Os percalços? Incinero e gozo, qual imperador, a arquitetura chama nos palácios que não me cabem. Nenhum. Nada de palavras-grades que podem conter o incontível como um “eu te amo” dito pela covardia de se ser odiado.

Da matéria que prima pela arte (arte-manhã-alma-minha), verto meus derivados e causo vertigem pelo impalpável e irredutível impagável meu existir.

Palavras justapostas, justamente, ditas ou expelidas de outra forma outra, elucidam o mistério de vencimento improdutívo do vendendor vendendo vencedores natos dos nossos melhores (pro)dutos.

Oficilmente, grandiloquente levo alimento aos que têm fome e fermento aos que anseiam fama. Inchem, pobres condenados. Hei de explodí-los de tanto elogio.

Em cada cena, um anceno e outras mil mecenas despercebidas nos meios-fios deslavados da estética do bueiro que sugere mergulho sem volta.

Caso eu falasse fluente, e falo, diria que sou improvisado pelo que há de sobrevida. Pelo que ainda pode haver de sobra. Nunca abaixo disso.

Sim, sou dados aos vivos (portanto, belos) contextos.

Em todos os sentidos, sou um homem de palavras. Estas são retro escavadeiras que lavram terra nunca dantes visitadas, nem por isso inéditas. Apenas elas aram estradas para o transporte dos ensejos e semeiam desejos e vícios que teimam pela felicidade.

Sou tira-teima da prova dos mais que nove possíveis outros mais inteligíveis à mim, quem sabe.

Ninguém sabe. Nem mesmo este que, a esmo, pleiteia pulo sobre o muro de silêncio, de silício, de Berlim, de China, de bem aqui, dentro do peito.

Longuínquo, digo...
(aluisiomartins)

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