sexta-feira, 27 de março de 2009

A LIBERDADE

Uma borboleta voando
A cachoeira chorando
O paço da amada chegando
O leite na tigela qualhando

Ver o mundo pela janela
O olho castanho dela
Um grito que da rua vela

Aquele povo guerreiro
O porco chafurdando no chiqueiro

Da fazenda que abriga a estiagem
Cheia de gente de vontade

De trabalhar
Visitar o mar
Ver o luar
Na noite cantar

Até no carrapato que bebe o sangue
Do cão preguiçoso que no alpendre engane

O menino que não tem medo
A avó que acorda cedo

O passarinho que voa
A mocidade à toa
Um grito que entoa

Sua cancão no frio
Um belo banho de rio
Aquele beijo tardio

Uma tarde de futebol
Uma pescaria de anzol
Subir até o farol

Que brilha sua luz

Seguir o que nos conduz

Ir onde manda o momento
Passear em cima do jumento
Honrar pai e mãe
No fim do dia um bãnhe

Pra relaxar do trabalho
Tomar um bom chá de alho

Pra dormir bem
Acordar bem também

E ver que o mundo é bom

Até onde o bom chegue
Deitar à tarde na rede

Escrever quando chega a noitinha
Dormir com você de conchinha

Pra depois fazer uma família
E pra poder trocar a pilha
Do pequeno que veio dos dois

Deixar pensar pra depois

Sentir que tudo é passageiro
Viver a vida ligeiro
Correr e chegar em primeiro
Brincar e ser bagunceiro

Relembrar que o passado existiu
E que nele se algo sentiu

Olhar sempre para frente
Queimar-se na panela quente

Que tanta comida proveu
E quem dela não comeu
Te digo:
Em Liberdade não viveu.

Petro.

Fortaleza, 03/03/09

Um comentário:

Chinezzinha disse...

Petro,
Nunca te disse nada mas leio sempre o que aqui escreves e que adoro.
Um beijo
A.