Uma borboleta voando
A cachoeira chorando
O paço da amada chegando
O leite na tigela qualhando
Ver o mundo pela janela
O olho castanho dela
Um grito que da rua vela
Aquele povo guerreiro
O porco chafurdando no chiqueiro
Da fazenda que abriga a estiagem
Cheia de gente de vontade
De trabalhar
Visitar o mar
Ver o luar
Na noite cantar
Até no carrapato que bebe o sangue
Do cão preguiçoso que no alpendre engane
O menino que não tem medo
A avó que acorda cedo
O passarinho que voa
A mocidade à toa
Um grito que entoa
Sua cancão no frio
Um belo banho de rio
Aquele beijo tardio
Uma tarde de futebol
Uma pescaria de anzol
Subir até o farol
Que brilha sua luz
Seguir o que nos conduz
Ir onde manda o momento
Passear em cima do jumento
Honrar pai e mãe
No fim do dia um bãnhe
Pra relaxar do trabalho
Tomar um bom chá de alho
Pra dormir bem
Acordar bem também
E ver que o mundo é bom
Até onde o bom chegue
Deitar à tarde na rede
Escrever quando chega a noitinha
Dormir com você de conchinha
Pra depois fazer uma família
E pra poder trocar a pilha
Do pequeno que veio dos dois
Deixar pensar pra depois
Sentir que tudo é passageiro
Viver a vida ligeiro
Correr e chegar em primeiro
Brincar e ser bagunceiro
Relembrar que o passado existiu
E que nele se algo sentiu
Olhar sempre para frente
Queimar-se na panela quente
Que tanta comida proveu
E quem dela não comeu
Te digo:
Em Liberdade não viveu.
Petro.
Fortaleza, 03/03/09
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Um comentário:
Petro,
Nunca te disse nada mas leio sempre o que aqui escreves e que adoro.
Um beijo
A.
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