sexta-feira, 20 de março de 2009

Distorcido

O mar está calmo -
eu, estou calmo.

Esse mundo bravio -
também está calmo.

Como o momento vazio -
o ar está calmo.

Somos só eu e você,
meio num sem querer,
estarmos um com o outro.

Não nos amamos mais,
mas nos suportamos.

Da rua vêm silêncio,
nenhum ruído.

Talvez um corpo no chão,
prostituído.

Um cachorro late,
com sem seu osso
e às sete horas bate,
a hora do almoço.

Essa página não ficou
em branco.

Tanto estou negro,
que negro é meu pranto.

Sala vazia, quadros que
vêem.

Plantas inertes, voam
sem vento.

Serena uma breve lírica -
uma chuva de momento.

E aqui sozinho - eu penso:
"Não sei se aguento."

Porque tão banais, as
horas convêm.

Um tanto abismais,
pessoas não falam.

Deixam que a noite
e a morte - também negra,
façam o que sempre fazem,
às más línguas as calam.

E o poema, comprazem.

Petro.
17/03/09

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