segunda-feira, 20 de julho de 2009

o cabuloso beijo roubado

vivo dentro de um labirinto andando em circulos, arrastando poemas as vezes ridículos, sentindo o peso da carne e o ferver do meu sangue já nem mais tão sagrado, que me percorre ardido dentro das artérias e veias.
meu pensamento segue em fragmentos descontínuos, porém continuo persistindo em alguma coisa que me vem e foge. sempre me perco decifrando entrelinhas e em algumas noites as palavras me doem quando me escorrem...
pelas noites quando todos os anjos são pardos, luto com meus demônios e com essa preguiça ou falta de necessidade de vivenciar um possível novo amor. prefiro contemplar muitas vezes, as fúrias das avenidas e dos asfaltos gastos e os pingados gatos perdidos pelas esquinas que se esquivam ao ouvir meus passos.
tudo aquilo que me trava de certa forma me enche de luz... talvez a minha inspiração se multiplique com mais fluidez quando ancorada na dor, quando do amor eu nada supuz...
mas é fato, que é preciso suportar a vida recheada de vermes e confeitada de adereços carnavalescos, como também é preciso amar qualquer forma de morte e beijá-la na boca, mesmo que seja à força...
e sorrir para a louca morte da boca beijada, que se rende e lambe os meus pés antes que eu a faça de pouca.

(sheyladecastilhoº

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