quinta-feira, 14 de maio de 2009



não percebo bem qual dimensão você habita
deve ser numa vila circular, com uma árvore centenária ao meio
deve ser uma casa amarela, com jardim, flores, trepadeiras e mosaicos no chão
o piso da sala é de tacos compridos, na cozinha há copos coloridos
na cama um edredon listrado, na lateral um criado-mudo velho (e calado)
toma vinho em canecas, também vi por aí umas bonecas
o chuveiro está pingando, no quintal há musgo e um antigo poço
tem postas umas calças verdes, na escrivaninha há uma caneta de estimação
na parede há um painel com fotos de amigos e parentes (sem esquecer do cão)
livros por toda parte, televisão, DVD, som e aspirador de pó
no chão há um tapete rústico e claro (para viagens emergenciais)
e um despertador de camelô, lilás
o sofá está puído, as unhas roídas
no espelho - teu sorriso maroto
e naquela teia de aranha, há um insecto morto
não percebo, mas imagino

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