quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Lua Nova >>>





A Viagem de Chihiro

Cheguei há pouco. Aqui estão os milhares de mundos paralelos, fechados entre/capas, letras observando-me - bichinhos de papel - acenando-me com seus títulos e temas sugestivos ora pertinentes, suas cores, imagens, símbolos, blocos, caixas de informações, receptáculos, conteúdos, vasos... Copas. Acaricio-os, folheio um e outro. O verdadeiro Graal, através desses mundos, vai encontrando um novo sentido para o Real. É necessário seguir despegandome. Racionalmente, porém. Ontem me presenteei com um pequeno / grande espaço - o prazer incomparável de gerir a vida. Minha vida! Com direito à varandinha para céu amplo, que se abre ao futuro imediato como este fundo marinho, bailinho de estrelas/música lenta, desfile de nuvens, ou mesmo no mau humor típico das noites em minha cidade... Seja bem-vinda você também, Lua Nova.


Em seguida, chegam às minhas narinas os vapores ébrios daqueles que invariavelmente confraternizam com a solidão, identifico um afeto discreto - discretamente desejado, e ainda penso muito no silêncio e nos olhos daquele que arranhou-me a pele e o querer, há anos amortecidos pelo medo de Amar. Lambo essas feridas recentes, tão cruas / cruéis... Viscerais quanto as minhas novas determinações. Tudo é novidade. Eliminar o que não serve é novidade. E não é algo para lamentar-me. É que por vezes, o sinto tão intrigante e perto, justo quando a saudade interpõe-se - como um fantasma doméstico - entre a atividade diária e a lembrança de si - mais que tudo - de quando – tu - adormecia em meus braços, suavemente entregue, o hálito próximo, o hábito posto, e eu nunca, nunca conseguia dormir... não podia dormir - Magia para suspender o Tempo... Os muitos que sabem que a paixão é mesmo assim, dirão Amém.

Eis o retorno à autentica Vontade de realizar, agregar, eleger, construir, criar, reformar, emagrecer, e amar, e amar, e amar-me.

Um comentário:

Petro disse...

Poxa, muito bom. Gostei do final.