quarta-feira, 2 de setembro de 2009

ouço minha fome

ouço minha fome devorando poemas...
de bourbon ou vinho barato, me veio o hálito de olhos marcados, bordados e expressos... que me roubam palavras como se a mim possuísse - palavras e corpo... me jogo no mundo do fundo profundo dos olhos marcados, atravessados, difusos e me confundo, mas eu que nunca fui santa, me permito ser infinita no corpo, me aprendendo em piercings e desatando nós na garganta.
afino a poesia das ruas como um bicho de cinco cabeças que evita pronomes de apego e posse e na falta de versos, apelo para acessos de tosse, tosse, tosse...
isso é tudo o que tenho e esse tudo me chega sem nome... e o que são as coisas antes de ter nome?
me embriagava de beijos, de vinho e versos sem rolha... baudelaires às avessas na busca da virtude que nos escolha e na encolha, os melhores desejos são aqueles dedicados nus e em carne viva, nossa carne crua que suspira...
sem resistência e entre palavras chulas no chão da sala, mordo a morte pra que alguém se sinta vivo ...
vivo agora voyeur imaginária de beijos que não são meus, chupo versos e estanco gemidos voltando pra casa lambendo giletes, sugando o vermelho do mel da minha língua dolorida, que não sei sugaram de mim enquanto eu ardia, ou se realmente nunca a ninguém pertenceu algum outro dia, numa outra vida.
mastigo a língua que lamberam palavras mal ditas, lançadas nas labaredas dançarinas de verdades benditas.
por isso eu peço que parta e que reparta e em outro desejo, espero que te escolha uma estrela boiante no céu e que nela te reflita a tua merecida musa, que te surja de onde vier, das ruas, dos becos, da memória ou das espumas...
e se numa nova cena, eu soltar o meu corpo e alguém pressentir, que nada foi viver perdido, ou também, que tudo que nunca fizemos tenha feito sentido, apenas iremos saber, do grito ecoante da morte mordida e do gosto do desgosto que guardava nas visceras, quando qualquer forma de pressentimento anunciava a partida.
(...) engulo meu silêncio.
e ainda ouço minha fome.

.
(sheyladecastilhoº

2 comentários:

Petro disse...

Pensei fazer comentário à altura, mas é tarde e sua fome, sheilla, me comeu vivo, poeta... muito bom mesmo!

Jose Ramon Santana Vazquez disse...

Desde mis BLOGS:

--- HORAS ROTAS ---

y

--- AULA DE PAZ ----

quiero presentarme

en esta nueva apertura

del eminente otoño.

Tiempo que aprovecho

ahora para desear

un feliz reingreso en

la actividad diaria.

Así como INVITAROS

a mis BLOGS:

--- HORAS ROTAS ---

y

--- AULA DE PAZ ----

con el deseo de que

estos sean del agrado

personal.

Momentos para compartir

con un fuerte abrazo de

emociones, imaginación y

paz. Abiertos a la comunicación

siempre.


afectuosamente :
PSIL-EN-CIO


jose

ramon…