domingo, 20 de dezembro de 2009

Alzheimer

Onde foi que eu esqueci
de ser eu mesmo?

Será que não lembrar
é realejo?

Posso saber onde foi
parar o beijo?

Eu pude esquecer até
o ensejo

E a paciência necessária
de ser um pouco o que
minha memória esqueceu

Até aquele passeio
assistencial que você
me deu

Virou poeira do tempo
Feito esse múrmuro
momento

A levar daqui a lembrança
em movimento

É daqui pra frente,
e essa é a vantagem,
francamente como
a solidão, esquecer-te
e não precisar
mais da saudade que
tudo agora se
desfaz

E o meu gênio outrora
eloquaz, resguardou o que
era para já

Como um de sumiço chá
e esse mêdo se vai
só, enquanto fico
em observar esse
instante único sobrado
de uma vida inteira
de trabalho

Mas sou mais feliz assim
e essa é minha confissão,
pois em comparação aos demais
sinto-me até mais capaz

Pois o que vive somente o
agora, não dorme e só
acorda para o bom das
cousas; estipula o plano
de um segundo e se
esquece até do mundo

Veja você também os
problemas, eu só
possuo esse endema. Outros
preocupam-se demais
com o passado e futuro
ao passo em que eu
sou já um fruto mais
maduro, sou esse fio
de navalha e corto
quando quero, pois
momento algum eu
espero para fazer
tudo aquilo que sempre
quis e venero.

Petrecostal

20/12/2009

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